logo o sol
me aquece
e aparece
um "s"
em minha mão
será que é superstição?
assim sendo
incompreendendo
eu descendo
e vôo até Paris
onde Breton
brincou de giz
são seis horas da manhã
e o meu sono não veio
será que vou pegar no sono
só lá para as duas? não creio
preciso descansar meu coração
ele está cheio de insetos avoando
e monstros de inquietação
faço um verso
contra o lado
impresso
de uma filipeta
de papel
"eu sou do tamanho do céu"
escrevendo e
cantando e
lendo
lembrando e
esquecendo
bem ou mal
insônia é algo natural
são seis horas da manhã
e o meu sono não chegou
será que vou dormir
só lá pras duas?
ó não! por favor!
preciso aliviar essa tensão
por isso acendo uma vela na janela
pra buscar inspiração... e piração
a vizinha
velhinha
caminha
com seu pequinês
a acompanhar
quem será que vai visitar?
um mendigo
dorme ao abrigo
de uma árvore
e um arranha-céu
sonhando
ajeita o seu chapéu
são seis horas da manhã
e o sono não se aproxima
e eu fico ali sentado na calçada
a escrever outra rima
preciso acostumar-me à solidão
é o silêncio nas paredes do meu quarto
que produz assombração
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