quinta-feira, 29 de abril de 2010

TIGRE DE BENGALA

Vídeo do show feito com o Brown-Há no Velvet Pub, 1ª Noite Fora do Eixo. Foi a primeira vez que tocamos essa música. Curtam aê & aquele abraço!


segunda-feira, 26 de abril de 2010

DYLANESQUE

Nosso ex-Celso e ins-piradíssimo Jean Michel, poeta e compositor frrances contemporraneo, ao escutar Dylanesca, profundamente tocado, esporrou essa opereta fantástica com muitos pés e muitas cabeças. A letra não guarda relação estreita com a original, mas bebe da mesma fonte.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

TRAMPOLIM


Vôo de avião
Em que embarco
Barco do até
Em que me perco
Qual a previsão
De chuva hoje?
Será assim
O dia, seco?

Moro num barraco
Abandonado
Durmo na maré
Do frio peito
Quase nada
Pra mim é tudo
Metade do que
Me dão, aceito.

Sou a dor do sol
Que explode e brilha
Sou a noite esguia
Numa ilha
Meu nome é Incerteza
Filho do desencanto
Enquanto houver malvadeza
Neste mundo eu canto.

Já vi homem
E animal
De olho aberto
A dormir
Já fui rei
Num carnaval
Depois tive
Que fugir.

Quem me conhece
Finge que me sabe:
Eu sou o cérebro de um xiita
E o trampolim de um árabe.

Se acaso falo
Por meio de símbolos
Saberão no mundo
Não estou mentindo.
Metade palavras
Metade estímulos
Ora estou chorando
Ora estou sorrindo.

Celebro a alquimia
E a montanha-russa
Faço o que me dê na telha
E mesmo que a vaca tussa
Ou tussa a abelha
Faço também o que não faria

(A minha mente pulsa!)

& treme como um sonho
Que treme
& geme como um lírio
Que brota
Nos olhos
De uma mulher atípica
Que perdeu a rota.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

MONOTONIA EM SI MENOR

As pegadas de Artur, mal tocadas ao chão, desapareciam como fogos-fátuos sobre lápides, ossos. A canícula, essa espécie de palavra que age mais por sugestão do que por um significado, postulava ao lado de um hidrante enferrujado que estava plantado como um cacto na desolação desértica daquela paisagem sérvia. Carregando por vales e colinas a memória e os sentidos, Artur devorava uma geração de si-mesmo após uma geração de si-mesmo & Quando pôs-se a escutar a cavatina de seu próprio ser, que poderia chamar-se muito bem “Monotonia em Si Menor”, o violão de doze-cordas pôs-se a tremer por completo, pois suas cordas estavam ansiosas demais para serem tocadas. as meninas logo puseram suas orelhas rosas e negras para fora das janelas imediatamente realizadas contra um fundo colonial & Suspiraram esfaceladas ao soar sua melodia marginal: músicamaleoa, fássustenidos diminutos e chaves de braço para dissolver aquele acorde-nota primordial: SI. Logo soava um lá, e lá permanecia... anoitecia sem dó – o frio no deserto era cortante. Como cortante era dedilhar o aço com dedos queimados. Uma pausa para fumar & De repente uma Sala de Projeção. Poltronas vermelhas que no escuro eram cor de sangue escuro. Tecido branco & De repente um céu, logo um leão & eis que o filme acaba. Artur Pirilampo corre pro campo atrás dos vagalumes. Quando lá chegou ficou sem entender para onde queria ir: se para o campo atrás dos vagalumes, ou se para ali, em meio aos vultos. Nesse momento surge uma gaiola que fala e lê os lábios (ela era surda) mas não entende muito bem a linguagem simbólica. E foi assim que eles inventaram o diálogo: uma boca seca e acanhada incha sob uma mordida insuspeita & relincha como um pônei em desespero. uma grade falso-dourada exacerba o seu coeficiente de elasticidade e compreende um palpite. “IT!” – Artur subitamente foto. reflexo carnívoro que num puleiro demente assobia a monotonia lógica, as amarras do convulsivo. Nunca mais pegadas: suspensão dos auto-falantes: ser o que penso? o que sinto? Serukipaçu! Serei-a.