quinta-feira, 22 de abril de 2010

TRAMPOLIM


Vôo de avião
Em que embarco
Barco do até
Em que me perco
Qual a previsão
De chuva hoje?
Será assim
O dia, seco?

Moro num barraco
Abandonado
Durmo na maré
Do frio peito
Quase nada
Pra mim é tudo
Metade do que
Me dão, aceito.

Sou a dor do sol
Que explode e brilha
Sou a noite esguia
Numa ilha
Meu nome é Incerteza
Filho do desencanto
Enquanto houver malvadeza
Neste mundo eu canto.

Já vi homem
E animal
De olho aberto
A dormir
Já fui rei
Num carnaval
Depois tive
Que fugir.

Quem me conhece
Finge que me sabe:
Eu sou o cérebro de um xiita
E o trampolim de um árabe.

Se acaso falo
Por meio de símbolos
Saberão no mundo
Não estou mentindo.
Metade palavras
Metade estímulos
Ora estou chorando
Ora estou sorrindo.

Celebro a alquimia
E a montanha-russa
Faço o que me dê na telha
E mesmo que a vaca tussa
Ou tussa a abelha
Faço também o que não faria

(A minha mente pulsa!)

& treme como um sonho
Que treme
& geme como um lírio
Que brota
Nos olhos
De uma mulher atípica
Que perdeu a rota.

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